segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O rito do espanto e do recomeço


São 00:42 do dia 26/01/2010 e estou aqui em frente ao computador com mais uma crise de insônia pensando em algo legal para escrever, mas nada me vem. Não queria fazer deste blog uma espécie de diário, falar do meu mundinho, acho meio egocêntrico isso, mas já ví que hoje não vou ter muita saída. Acabei de atravessar uma fase penosa com muita ebulição na vida pessoal e é esta recente experiência que me preenche agora. Sabe quando vc precisa tomar decisões cruciais para pular uma etapa da vida e ir para outra? Pois é, foi um desses momentos. É, minha gente, definitivamente, crescer doi. Não posso mais me dar ao luxo de ser uma sonhadora. Já não sou há dois anos, desde que meu filho nasceu, mas agora até os resquícios estão indo embora. Tomei uma overdose de chá de "pé-no-chão". Sinto necessidade de abandonar velhos sonhos, que já não me preenchem mais, que se revelaram tão frustrantes e inalcançáveis para mim. Mas confesso que o processo de riscá-los da minha mente é dolorido. Estou otimista com relação aos novos caminhos que estou traçando, mas abandonar sonhos é matar um pouco de vc e quem vc foi até um determinado período da vida. É isso que incomoda. Mas a catarse é necessária. Sempre tive muita dificuldade em escolher o que eu ia fazer da vida. A gama de possibilidades me deixou muito perdida. Nunca soube focar. E hoje colho os frutos destes descaminhos. Não estou dizendo que sou infeliz com minha vida, a questão é profissional e financeira. Sentir satisfação ao fazer algo. Gosto da pessoa que me tornei, do meu caráter, da minha postura como cidadã, da mãe que sou, da minha mente aberta e ainda faminta de muito saber. Mas é foda!! São raras as pessoas lá fora vêem estas características pessoais como louváveis. Só te perguntam o que vc faz? Quanto ganha? Onde mora? Tem carro? Ô pobreza, viu! É uma gente vazia e inabitada, mesmo! E não vou ser hipócrita dizendo que pouco me importo com que pensam de mim, me importo, sim. O que as pessoas que são relevantes na nossa vida, pensam de nós, é importante. Não vou mudar minhas convicções por causa de ninguém, mas ter a aprovação de quem se importa coma gente é muito bom. E isso tudo está me ensinando uma coisa muito bacana: vou criar meu filho para ser um homem inteligente, correto, bom caráter e com amor pela vida (a dele e a dos outros) e não uma mão de obra qualificada e bem aproveitada pelo mercado. Enfim, já estou perdendo o foco mais uma vez, o que quero dizer é que estou abandonando velhos sonhos, mas não me sinto uma "Loser" (como os americanos babacas adoram falar), ao contrário, tenho orgulho de mim mesma por ser inteligente o suficiente para buscar novos horizontes e me sentir muito bem neste novo lugar, ainda que deconhecido. Sabedoria e lucidez é o que peço aos deuses, com elas se vai a qualquer lugar... até aos velhos sonhos.