sexta-feira, 7 de maio de 2010

Eu, meu filho e a menina



Olha a cena que presenciei esta semana: Meu filho (2 anos) revirando minha bolsa, achou minha carteira e começou a tirar tudo lá de dentro. Acabou encontrando um velho albinho de fotos 3x4 que carrego há anos, com fotos da família e de alguns amigos. Mas uma específicamente chamou a atenção dele, a que está aí ao lado. Ficou olhando para ela, com um certo encanto, por um tempo e depois veio até mim e disse: Mamãe, olha que legal a menina! (Que sou eu aos 6 anos) Sem conseguir explicar muito bem meu olhos encheram-se d'água e enxerguei este momento com tanta poesia. De repente estava vivendo um momento fisico-quântico, onde passado e futuro se encontram. Éramos 3 ali, eu, meu filho e a menina. Ele brincou com ela e ela sorriu para ele. Foi um mergulho nostálgico que abriu um monte de gavetinhas do maravilhoso mundo da minha infância.

Este episódio me fez lembrar das palavras de Lia Luft "A menina que eu era é mãe da mulher que sou". Esta menina ainda mora aqui dentro e é ela que me ajuda a enteder meu filho e quebrar o gesso da mulher que vive preocupada em dar conta de tudo. E a mãe que sou hoje também me faz compreender minha mãe com seu estresse, rígidez e preocupação que marcaram a minha infância. Por isso que não gosto destas teorias que defendem que devemos esquecer o passado. Como? Se foi o passado que nos trouxe até aqui. Não é passado , é a nossa história. Devemos, sim, é aprender com ele para lidar melhor com o presente. Conseguindo compreender os processos da vida e as missões que ela nos impõe sofremos menos, ficamos menos engessados e amargos. Eu recomendo: Não deixe para trás a pessoa que você foi, pelo contrário, converse com ela, peça conselhos. E se, por acaso, não conseguir se lembrar da infância e de quem você foi... ao invés de perder horas num shopping preocupado com o presente da sua mãe, peça um colo a ela e peça que ela te ajude nessa missão, tenho certeza que ela vai adorar. Mães adoram voltar ao passado e lembrar de seus meninos e meninas. Quem sabe você também consegue fazer uma viagem físico-quântica e se encontrar com você mesmo.

Viva o estado mágico de sermos mães e filhos!!! Viva a transitoriedade da vida!!